Posse e propriedade do Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro: Comentários ao Recurso Especial 1.149.487, do Superior Tribunal de Justiça

Autores

  • Roberta Drehmer de Miranda

Resumo

O Superior Tribunal de Justiça, em 06 de dezembro de 2018, enfrentou um dos casos mais importantes para a história do direito brasileiro: a disputa judicial acerca da propriedade (e da posse) sobre o Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro (RJ). Apesar do caso concreto atrair a atenção em razão do tempo que levou para sua decisão final – 123 anos –, o que pode levar a vários estudos acerca das razões de demora na prestação jurisdicional, a decisão prolatada pelo Superior Tribunal de Justiça traz algumas questões instigantes acerca do instituto da posse e da propriedade, bem como da forma como é regulada no Direito Brasileiro, seguindo uma certa tradição anterior à Proclamação da República. O objetivo destes comentários a tão importante precedente judicial é apresentar um estudo sobre a posse e a propriedade com base na disputa entre os descendentes da Princesa Isabel e do Conde D’eu e a União (além do Estado do Rio de Janeiro), bem como uma análise sobre os argumentos de mérito levantados pelo Relator do Recurso Especial, Ministro Antônio Carlos Ferreira, e acompanhado pelos seus pares. Como já dito, o caso concreto é singular, pois pode ter havido, sim, no referido precedente judicial, uma análise prejudicada do instituto da posse, bem como das possibilidades de seu exercício. Este trabalho será dividido em duas partes: na primeira parte, será analisada a ação judicial proposta em 1895, seu fundamento e causa de pedir, bem como os pedidos de reintegração de posse (esbulho) e reivindicação de propriedade (em ação posterior). Na segunda parte, a análise será estritamente sobre o mérito do acórdão do Superior Tribunal de Justiça, realizando um estudo crítico sobre os institutos da posse e propriedade tratados nas razões de decidir.

   

Biografia do Autor

Roberta Drehmer de Miranda

Doutora em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professora de Direito de Família e Sucessões na Faculdade Dom Bosco de Porto Alegre. Advogada na área de Direito de Família, Sucessões e Restituição Internacional de Menores.

 

Publicado

2022-03-20

Edição

Seção

Comentários de Jurisprudência